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Decolagem de Cheops, a missão de exoplanetas da ESA

19/12/2019 393 views 1 likes
ESA / Space in Member States / Portugal

A missão Cheops da ESA decolou num lançador Soyuz-Fregat, a partir do Porto Espacial Europeu em Kourou, Guiana Francesa, às 09:54:20 CET de 18 de dezembro, para a sua emocionante missão de caracterizar planetas que orbitam estrelas que não o Sol.

Os sinais da aeronave, recebidos no centro de controlo de missões da INTA em Torrejón de Ardoz, perto de Madrid, Espanha, através da estação de monitorização terrestre [TROLL], aproximadamente às 12:43 CET, confirmaram que o lançamento foi bem-sucedido.

Cheops, o Satélite de Caracterização de Exoplanetas, é uma parceria entre a ESA e a Suíça, com importante contribuição de outros 10 Estados-Membros da ESA. A primeira missão da ESA dedicada a planetas extrassolares, ou exoplanetas, investigará planetas conhecidos para além do nosso Sistema Solar e fornecerá informações importantes sobre a natureza desses mundos alienígenas distantes.

Há muito tempo que os cientistas especulavam a existência de exoplanetas até à descoberta do 51 Pegasi b, o primeiro planeta encontrado ao redor de uma estrela parecida com o Sol, que foi anunciada em 1995. Os descobridores, Didier Queloz e Michel Mayor, partilharam o Prémio Nobel de Física de 2019 pela descoberta inovadora, que marcou o início de uma nova era de investigação e transformou a pesquisa de exoplanetas numa das áreas de astronomia em maior expansão.

Nos últimos 25 anos, os astrónomos que usavam telescópios na Terra e no espaço descobriram mais de 4000 exoplanetas em torno de estrelas próximas e distantes, a maioria dos quais não possui contrapartes no nosso Sistema Solar. Esta variedade amplamente diversificada estende-se desde mundos gasosos maiores que Júpiter, a planetas menores e rochosos cobertos de lava, com o tipo de exoplaneta mais abundante encontrado na faixa de tamanho entre a Terra e Neptuno.

“Cheops levará a ciência dos exoplanetas para um outro nível”, diz Günther Hasinger, Diretor de Ciências da ESA.

“Após a descoberta de milhares de planetas, a busca pode agora direcionar-se agora para a caracterização, investigando as propriedades físicas e químicas de muitos exoplanetas e conhecendo, realmente, do que são feitos e como se formaram. Cheops abrirá também o caminho para as nossas futuras missões de exoplanetas, desde o internacional Telescópio James Webb até aos satélites Plato e Ariel da ESA, mantendo a ciência europeia na vanguarda da investigação sobre exoplanetas.”

Liftoff for Cheops
Liftoff for Cheops

Cheops não se concentrará na busca de novos planetas. Em vez disso, fará o acompanhamento de centenas de planetas conhecidos que foram descobertos por outros métodos. A missão observará estes planetas exatamente quando transitam na frente da sua estrela-mãe e bloqueiam uma fração da sua luz, para medir o seu tamanho com precisão e exatidão sem precedentes.

As medições de tamanhos de exoplanetas serão combinadas com as informações existentes sobre as suas massas para derivar a densidade do planeta. Esta é uma quantidade-chave essencial para estudar a estrutura interna e a composição dos planetas e determinar se são gasosos como Júpiter ou rochosos como a Terra, se estão envoltos numa atmosfera ou cobertos de oceanos.

“Estamos muito animados para ver o satélite decolar para o espaço,” diz Kate Isaak, cientista do projeto Cheops da ESA.

“Existem muitos exoplanetas interessantes e iremos acompanhar várias centenas deles, concentrando-nos, em particular, nos planetas menores na faixa de tamanho entre a Terra e Neptuno. Estes parecem ser os planetas comumente encontrados na nossa galáxia Via Láctea, mas ainda não sabemos muito sobre eles. Cheops ajudar-nos-á a revelar os mistérios desses mundos fascinantes e levar-nos-á um passo mais perto de responder a uma das perguntas mais profundas que os humanos ponderam: estamos sozinhos no Universo?”

Exoplanet imaginarium
Exoplanet imaginarium

Para alguns planetas, Cheops poderá revelar detalhes sobre a sua atmosfera, incluindo a presença de nuvens e, possivelmente, até novidades sobre a composição das nuvens. A missão também tem a capacidade de descobrir planetas anteriormente desconhecidos, medindo pequenas variações no tempo de trânsito de um planeta conhecido, e também pode ser usada para procurar luas ou anéis em torno de alguns planetas.

Cheops é a primeira missão de classe ‘pequena’ implementada no programa Visão Cósmica 2015–25, o atual ciclo de planeamento das missões científicas espaciais da ESA e a primeira missão do programa a ser lançada, em geral. Como uma missão de classe pequena, com um tempo relativamente curto - apenas cinco anos - do início do projeto ao lançamento, envolveu vários desafios, tornando necessário o uso de tecnologias que já foram testadas e comprovadas no espaço e direcionando vários aspetos do design do satélite.

“Tanto o instrumento como a aeronave Cheops foram construídos para serem extremamente estáveis, de modo a medir as variações incrivelmente pequenas à luz de estrelas distantes, à medida que os seus planetas transitam na sua frente,” diz Nicola Rando, Diretor do projeto Cheops da ESA.

“Para um planeta como a Terra, isto equivale a observar o Sol a partir de uma estrela distante e medir a sua luz fraca por uma pequena fração de um por cento.

“Agora, estamos ansiosos pela primeira parte das atividades operacionais, garantindo que o satélite e o instrumento funcionam conforme o esperado, prontos para os cientistas realizarem a sua ciência de classe mundial.”

Cheops partilhou a viagem para o espaço com o satélite de Segunda Geração Cosmo-SkyMed da Agência Espacial Italiana, ASI, que se separou 23 minutos após a decolagem.

Mais informações sobre Cheops

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Determining exoplanet sizes with Cheops
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Cheops é uma missão da ESA, implementada em parceria com a Suíça, com importantes contribuições da Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Hungria, Itália, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido.

A ESA é o arquiteto da missão Cheops, responsável pela aquisição e teste do satélite, lançamento, fase inicial das operações de lançamento, comissionamento em órbita, bem como o Programa de Observadores Convidados. O contratante principal para o projeto e construção da aeronave é a Airbus Defense and Space, na Espanha. O consórcio de 11 Estados-Membros da ESA, liderado pela Suíça, forneceu elementos essenciais da missão.

Cheops é uma missão pequena, ou de classe-S, no programa de ciências da ESA. As missões de classe S têm um orçamento muito menor do que as missões de classe grande e média e um tempo muito menor desde o início do projeto ao lançamento. Estas condições tornaram necessária a utilização de tecnologias que já foram testadas e comprovadas no espaço, e várias tarefas tradicionalmente realizadas pela ESA, como operações, serão realizadas pelo Consórcio. O consórcio da missão Cheops administra o Centro de Operações da Missão, localizado no INTA, em Torrejón de Ardoz, na Espanha, e o Centro de Operações Científicas, localizado na Universidade de Genebra, na Suíça.

Oitenta por cento do tempo de observação científica do Cheops é dedicado ao programa de Observação de Tempo Garantido, definido pela Equipa Científica do Cheops. Os restantes 20% são disponibilizados à comunidade de astronomia na forma de um programa de Observadores Convidados da ESA, com propostas selecionadas por meio de um processo competitivo de seleção por revisão por pares.

Também está disponível um kit dos media sobre o lançamento do Cheops e a ciência da missão:

https://esamultimedia.esa.int/docs/science/CHEOPS-MEDIAKIT_FA_2019-12-09.pdf

Mais informações sobre o lançador

O veículo de lançamento Soyuz, que é operado pela Arianespace no Porto Espacial da Europa, é a versão Soyuz-2. É um lançador de classe média capaz de transportar até três toneladas para uma órbita de transferência geoestacionária.

O seu desempenho complementa perfeitamente o dos veículos de lançamento europeus Ariane 5 e Vega.

Imagens:

Imagens de Cheops: http://www.esa.int/ESA_Multimedia/Search?SearchText=cheops&result_type=images

Termos e condições para a utilização de imagens da ESA: www.esa.int/spaceinimages/ESA_Multimedia/Copyright_Notice_Images

Para perguntas ou mais informações relacionadas às imagens da ESA, entre em contato diretamente com spaceinimages@esa.int

Vídeos:

Vídeos sobre Cheops: http://www.esa.int/ESA_Multimedia/Search?SearchText=cheops&result_type=videos

Termos e condições para a utilização de vídeos da ESA:

http://www.esa.int/spaceinvideos/Terms_and_Conditions

Para perguntas ou mais informações relacionadas aos vídeos da ESA, entre em contato diretamente com spaceinvideos@esa.int

Sobre a ESA

A Agência Espacial Europeia (ESA) fornece a porta de entrada da Europa para o espaço.

A ESA é uma organização intergovernamental, criada em 1975, com a missão de moldar o desenvolvimento da capacidade espacial da Europa e garantir que o investimento no espaço traga benefícios aos cidadãos da Europa e do mundo.

A ESA é composta por 22 Estados-Membros: Áustria, Bélgica, República Checa, Dinamarca, Estónia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Polónia, Portugal, Roménia, Espanha, Suécia, Suíça e o Reino Unido, dos quais 20 são Estados-Membros da UE.

A ESA estabeleceu uma cooperação formal com outros sete Estados-Membros da UE. O Canadá participa em alguns programas da ESA sob um Acordo de Cooperação.

Ao coordenar os recursos financeiros e intelectuais dos seus membros, a ESA pode realizar programas e atividades muito além do âmbito de qualquer país singular da Europa. Está a trabalhar, em particular, com a UE na implementação dos programas Galileo e Copernicus.

A ESA desenvolve os lançadores, naves espaciais e instalações terrestres necessárias para manter a Europa na vanguarda das atividades espaciais globais.

Atualmente, desenvolve e lança satélites para observação da Terra, navegação, telecomunicações e astronomia, envia sondas para os confins do Sistema Solar e coopera na exploração humana do espaço.

Saiba mais sobre a ESA em www.esa.int

                                                                                        

Para mais informações:

ESA Media Relations - Ninja Menning
Email: media@esa.int
Tel: +31 71 56 56 409