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Danos causados por deslizamentos de terra costeiros
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Alerta precoce a partir do espaço sobre casas em risco de deslizamento

24/11/2016 432 views 5 likes
ESA / Space in Member States / Portugal

Foi literalmente um desastre imobiliário: várias casas na estância turística Cármenes del Mar, na costa sul de Espanha, estiveram envolvidas num deslizamento de terras, deixando as famílias sem-teto. Mas arquivos de satélite oferecem um alerta precoce de tais eventos - e agora mais acessível do que nunca, graças a uma nova plataforma de computação em nuvem.

Cármenes del Mar, um desenvolvimento costeiro numa encosta em Granada, desfrutava de vistas para o mar, mas logo após a sua construção em 2005, a área tornou-se sujeita a mudanças no solo e, mais tarde, atingida por um deslizamento verdadeiro.

"Este caso, e outros como ele, mostram como é crucial que os potenciais riscos geológicos sejam fatorados rigorosamente no planeamento urbano", diz Jorge Galve, do grupo de pesquisa ARPA de Espanha.

"O nosso grupo tem vindo a estudar vários casos de deslizamentos de terra que afetam estâncias turísticas urbanas no sul de Espanha. Ao combinar várias imagens radar por satélite, conseguimos detectar movimentos de menos de um centímetro por ano. Esse pequeno movimento pode indicar o primeiro estágio de desestabilização da inclinação.

"Por exemplo, observámos um movimento tão superficial numa outra estância turística próxima, chamada Marina del Este, em Granada, a partir de dados de radar do satélite Envisat da ESA, entre Maio de 2003 e Dezembro de 2009. Mais tarde, naquele inverno, fortes chuvas provocaram um deslizamento em larga escala que gerou danos graves em edifícios e infra-estruturas."

Taxas de deslocamento
Taxas de deslocamento

Ao combinar imagens de radar consecutivas do mesmo local, as pequenas mudanças são realçadas por padrões distintos semelhantes aos do arco-íris.

De outro modo, deslocamentos invisíveis até milímetros podem ser identificados.

O problema é que, tradicionalmente, esta é uma tarefa extremamente complexa.

"Se os resultados desses dados tivessem sido disponibilizados anteriormente, poderiam então ter sido usados para reduzir os danos aos desenvolvimentos que focámos", acrescenta Jorge Galve.

"Mas demorou mais de três meses para selecionar manualmente as imagens de radar, passá-las para processamento para um especialista externo e, em seguida, executar a nossa análise."

Detecção da potencial instabilidade do solo
Detecção da potencial instabilidade do solo

A boa notícia é que a situação mudou: a equipa pode agora produzir resultados comparáveis em questão de dias, em vez de meses, utilizando os novos serviços de computação suportados pela ESA, permitindo o uso mais fácil de dados de satélite.

A Plataforma de Exploração de Riscos Geológicos (Geohazards Exploitation Platform) virtual permite a navegação, o acesso e o processamento contínuo de grandes quantidades de dados de satélites, além das ferramentas de programação informática, para extrair conhecimento útil e partilhar os resultados.

"Com esta nova abordagem, podemos concentrar-nos no que somos bons: realizar análise e interpretação", comenta Jorge Galve. "Tudo o resto é automatizado, desde a coleta inicial de dados até à produção de resultados.

"A nossa nova análise identificou novas áreas com potenciais problemas de instabilidade no solo, as quais serão estudadas em detalhe pela nossa equipa."

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