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Cinzas vulcânicas varrendo o norte da Europa
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Dados de satélite aumentam a segurança na aviação

20/04/2010 295 views 0 likes
ESA / Space in Member States / Portugal

Milhares de aviões ficaram em terra, em toda a Europa, devido à propagação de cinzas vulcânicas emitidas pela erupção no glaciar islandês Eyjafjallajoekull. As erupções vulcânicas expulsam grandes quantidades de cinzas e gases, como o dióxido de enxofre, para a atmosfera, atingindo a altitude dos voos comerciais.

Quando o avião passa por uma nuvem de cinzas vulcânicas, as partículas entram nos motores a jacto, o que pode provocar a falha no motor. As cinzas podem ainda danificar gravemente os materiais das aeronaves, bloquear os sensores, limitar a visão dos pilotos e estragar as janelas do cockpit, as luzes de aterragem e partes das asas e cauda.

As cinzas fazem desligar os motores dos aviões
As cinzas fazem desligar os motores dos aviões

Mais de 90 aeronaves ficaram danificadas depois de terem passado por nuvens de cinzas vulcânicas. Os custos associados a esta questão, entre 1982 e 2000 está estimado em 200 milhões de euros.

Todos os anos há cerca de 60 erupções vulcânicas. A monitorização em terra é feita a um número limitado de vulcões. De facto, a maior parte dos vulcões, principalmente os localizados remotamente, não são monitorizados com regularidade. Daí que as medições por satálite, em tempo real, de dióxido de enxofre (SO2) e aerossóis possam fornecer informação complementar, para avaliar, a nível global, o impacto das erupções vulcânicas no controle do tráfego aéreo e a segurança do público.

De forma a assegurar que os riscos vulcânicos são comunicados, os Centros de Aconselhamento em Cinzas Vulcânicas (VAACs) foram estabelecidos em 1995 para juntar informação relativa a nuvens de cinzas vulcânicas, avaliando o eventual risco para a aviação. Como forma de auxiliar os VAACs nas suas tarefas, a ESA começou o Serviço de Suporte ao Controle da Aviação (SACS), enviando emails com alertas, em tempo real, relativos ao SO2. Para cada alerta, é produzido um mapa em torno do pico de SO2 que desencadeou o alerta.

Além de ser enviada para os VAACs, esta informação – obtida a partir do instrumento SCIAMACHY, no Envisat, da ESA, GOME-2 e IASI, no MetOp, OMI no EOS-Aura e AIRS, no Aqua – é enviada também para unidades de observação vulcanológica, organizações de cuidados de saúde, cientistas, etc.

Islândia sem nuvens, coberta de neve, a 22 de Fevereiro
Islândia sem nuvens, coberta de neve, a 22 de Fevereiro

Para saber se as aeronaves podem passar em segurança por cima ou por baixo das nuvens vulcânicas e para prever melhor o movimento das nuvens, no futuro, os VAACs precisam de dados mais precisos acerca da altitude e altura da coluna de cinza.

Este é o foco principal do projecto da ESA Suporte à Aviação para o Escape às Cinzas Vulcânicas (SAVAA), que visa montar um sistema de demonstração capaz de integrar dados de satélite e de medições meteorológicas de forma a calcular a altura das emissões, usando a trajectória e modelação inversa. O sistema poderá então ser implementado no ambiente operacional dos VAACs

Além disso, o projecto SAVAA fornece dados complementares aos alertas de SO2 do SACS, através de avisos de cinzas para os VAACs baseados em medições de satélite na gama do infravermelho.

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