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Desvendados últimos dados do CryoSat

25/04/2012 220 views 0 likes
ESA / Space in Member States / Portugal

Após quase ano e meio de operações, o CryoSat deu-nos o seu primeiro mapa da variação sazonal da espessura de gelo do oceano Árctico. Na terça-feira, 24 de abril, a ESA apresentou os resultados da missão Gelo na Royal Society, em Londres.

Em junho de 2011, tinha sido revelado o primeiro mapa da espessura do gelo marítimo do Árctico usando dados do CryoSat adquiridos entre janeiro e fevereiro desse ano.

Agora, os dados completos do inverno 2010-11 resultaram num mapa detalhado da variação sazonal da espessura do gelo oceânico. Este é o primeiro mapa gerado a partir de dados de um radar altimétrico de alta resolução.

O altímetro do CryoSat mede o intervalo de tempo entre a transmissão e a receção de impulsos de radar muito curtos, resultando em medidas muito precisas das variações na altura do gelo.

Depois de processados, os dados do oceano Árctico, adquiridos entre outubro de 2010 e março de 2011, permitiram mapear a formação sazonal do gelo flutuante.

Para assegurar a precisão das medidas por satélite, a ESA e a NASA têm colaborado na coordenação cuidadosa de voos sob a órbita do CryoSat no Árctico.

Os mapas agora revelados demonstram o potencial inovador da missão Gelo. Em particular, para o estudo das alterações climáticas.

Durante a apresentação na Royal Society, foram ainda revelados e discutidos com as comunidades científica e industrial do Reino Unido outros resultados desta missão europeia.

Este evento foi organizado pela ESA e pela Agência Espacial do Reino Unido e integra as comemorações do 50º aniversário do programa espacial do Reino Unido.

"Na celebração do 50 º aniversário das atividades espaciais do Reino Unido, é hoje possível perceber como este país tem contribuído para a missão CryoSat da ESA", disse David Williams, diretor executivo da Agência Espacial do Reino Unido.

O diretor do programa Observação da Terra da ESA, Volker Liebig, resumiu os efeitos dramáticos que as alterações climáticas têm tido no Árctico e como os satélites têm acompanhado as variações do gelo oceânico há mais de 30 anos.

"Nos próximos anos, o Árctico será uma região geo-política importante", disse o professor Liebig.

"Prevê-se que 15 a 20 por cento do petróleo e das reservas de gás mundiais estejam no Árctico e com o degelo haverá rotas de navegação mais curtas. Os satélites irão desempenhar um papel cada vez mais importante na gestão sustentável desta região sensível.”

Todos os anos, o oceano Árctico passa pela formação de gelo sazonal e, em seguida, por degelo intenso. Durante a última década, os satélites observaram a aceleração da taxa de perda total de gelo marítimo.

Os radares de satélites, como o CryoSat da ESA, conseguem captar imagens de alta resolução mesmo através de nuvens e da escuridão. Isso é particularmente útil quando se observa o Árctico, que é propenso a períodos de mau tempo e de escuridão prolongados.

Nos próximos anos, os dados do CryoSat permitirão mapear em detalhe as alterações anuais do gelo oceânico, contribuindo para aprofundar o conhecimento sobre os efeitos das alterações climáticas no Árctico.

A missão SMOS da ESA recolhe informações complementares sobre a calote marítima e a espessura do gelo fino.

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