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A missão AIDA da ESA tem um alvo, o Didymos
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Missão de estudo do impacto de asteroides tem o Didymos como alvo

28/02/2013 1414 views 1 likes
ESA / Space in Member States / Portugal

A missão proposta pela ESA, Asteroid Impact and Deflection Assessment, tem agora um novo alvo: o asteroide Didymos. A recente passagem do meteorito russo e, no mesmo dia, o encontro imediato do nosso planeta com um pedaço ainda maior de detritos espaciais realça a necessidade de aprendermos mais sobre estes objetos espaciais de alta velocidade.  

Nos últimos dois anos, a ESA tem trabalhado com parceiros internacionais no desenvolvimento da missão, chamada AIDA. Na última semana, os centros de investigação de cada lado do Atlântico concordaram que a nave teria como alvo o asteroide Didymos.

Atualmente em estudo, a missão intercetará o Didymos na altura da maior aproximação do asteroide, ficando a cerca de 11 milhões de quilómetros da Terra, em 2022.

O Didymos é um ‘binário’, com dois asteroides a rodar em conjunto – um tem cerca de 800 m de diâmetro, o outro cerca de 150 m.

O AIDA é um esforço internacional de baixo orçamento que enviará, caso seja aprovado, duas naves pequenas para intercetar um alvo duplo. Enquanto uma se destrói contra um asteroide a 6.25 km/s, a outra grava o que se está a passar.

Um efeito seria uma alteração no ballet orbital dos dois objetos. O objetivo do AIDA não será mostrar como podemos desviar um asteroide que ameace a Terra, mas seria um primeiro passo.  

O Didymos com a sua lua
O Didymos com a sua lua

As naves serão concebidas para trabalhar de forma independente e poderão atingir a maior parte dos seus objetivos sozinhas. O objeto de colisão é o Double Asteroid Redirection Test, ou DART, do Laboratório de Física Aplicada do Johns Hopkins, nos Estados Unidos. O equipamento da ESA, Asteroid Impact Monitor, ou AIM, iria analisar o Didymos em detalhe, antes e depois da colisão.

O Didymos não representa qualquer risco para o nosso planeta, mas aproximar-se-á o suficiente para ser visível por telescópios de 1 a 2 metros de diâmetro na Terra, antes e depois do ataque. A visão aproximada do AIM iria fornecer grande realismo, observando a dinâmica do impacto bem como a crater resultante, permitindo observações em terra e a validação de modelos.

No início deste mês, a ESA pediu aos cientistas que propusessem experiências que poderiam ser levadas na missão ou feitas em terra, para aumentar o seu retorno.

“O AIDA não é só uma missão a um asteroide, também se destina a ser uma plataforma de pesquisa aberta a todos os tipos de utilizadores da missão,” diz Andrés Gálvez, do grupo de estudos da ESA.

“O projeto tem valor em muitas áreas,” concorda Andy Cheng, o responsável pelo AIDA no Laboratório de Física Aplicada no Johns Hopkins’, “das ciências aplicadas e exploração à utilização de recursos dos asteroides.”

Os investigadores têm até ao dia 15 de Março para exprimir o seu interesse. As ideias para experiências podem ser qualquer coisa que esteja relacionada com impactos a hipervelocidade, ciências planetárias, defesa planetária, exploração humana ou inovação em operações espaciais.

A energia libertada no impacto do AIDA, a vários quilómetros por segundo é semelhante à de um grande pedaço de lixo espacial a atingir um satélite. A missão poderia então ajudar a modelar danos severos nas naves causados pelo lixo espacial.  

O design do monitor de impacto de asteroides
O design do monitor de impacto de asteroides

“It is an exciting opportunity to do world-leading research of all kinds on a problem that is out of this world,” says Stephan Ulamec from the DLR German Aerospace Center. “And it helps us learn how to work together in international missions tackling the asteroid impact hazard.”

“A mission such as this allows us to test technologies before any asteroid is identified as a threat,” explains Patrick Michel, leader of the Planetology team at the Observatoire de la Côte d´Azur (OCA, Lagrange Laboratory) and a member of the Working Group on Near-Earth Objects of the International Astronomical Union.

“Understanding the physics of impacts is also key to planetary science and binary asteroid dynamics.”

Para mais informações, por favor contate:

Andrés Gálvez
ESA General Studies Programme manager
Future Preparation and Strategic Studies Office
ESA Headquarters, Paris, France
Email: Andres.Galvez[@]esa.int

Notas para os Editores

O AIDA é um projeto com uma forte componente internacional. Além dos vinte membros da ESA e do Americano JHU/APL, os peritos da francesa OCA, da DLR German Aerospace Center e diversos centros da NASA (Johnson Space Center, Langley Research Centre e o Goddard Space Flight Center) participam na definição da missão. Durante a conferência sobre defesa planetária, a 19 de abril, em Flagstaff, no Arizona, Estados Unidos, ocorrerá um workshop dedicado ao assunto e a projetos relacionados. Será apresentado o resultado das propostas para experiências. As duas componentes da missão AIDA têm financiamento para a fase de estudo. O DART é apoiado por um contrato da NASA, enquanto os estudos da missão AIM são pagos pelo programa da ESA, General Studies.

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