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Negribreen em movimento
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Negribreen em movimento

12/05/2017 298 views 4 likes
ESA / Space in Member States / Portugal

A aceleração rápida de um glaciar ártico, durante o ano passado, foi detetada pelos satélites Copernicus Sentinel-1.

Sentado na ilha de Spitsbergen da Noruega, no arquipélago de Svalbard, o glaciar Negribreen tem sofrido, recentemente, um aumento na velocidade da superfície do gelo, aumentando de 1 m para 13 m por dia durante o inverno.

Quando um glaciar ‘avança’ repentinamente, uma grande quantidade de gelo flui para a extremidade num tempo excecionalmente curto. Embora as causas não sejam completamente compreendidas, acredita-se estarem ligadas a mudanças na quantidade de calor ou água nas camadas mais baixas dos glaciares.

Pico de velocidade
Pico de velocidade

A última vez que Negribreen defrontou-se com um avanço como este foi na década de 1930, como documentado em fotografias aéreas. Naquela época, avançou quase 12 km no fiorde, no período de um ano, ao longo de uma seção de 15 km de largura da parte frontal. Desde então, a frente do glaciar tem vindo a recuar consistentemente, com grandes icebergs a romper abruptamente.

Este último salto na velocidade começou em julho de 2016 e tem vindo a subir desde então - mesmo durante os meses frios do inverno.

A monitorização de glaciares em áreas propensas ao mau tempo e longos períodos de escuridão - como o Ártico - foi difícil antes do advento dos satélites. Os satélites de radar podem “ver” através das nuvens e no escuro, e a missão Sentinel-1 oferece cobertura frequente e sistemática do Ártico.

Uma equipa de cientistas que se encontra a trabalhar sob a Iniciativa de Mudança Climática da ESA no projeto Glaciers_cci está a usar radar de satélite e cobertura ótica para cartografar glaciares em diferentes momentos e determinar as suas mudanças na extensão, elevação e velocidade.

Negribreen acelera
Negribreen acelera

“O Sentinel-1 fornece-nos uma visão geral e em tempo real do fluxo de glaciares no Ártico, aumentando notavelmente a nossa capacidade de captar a evolução dos avanços dos glaciares”, disse Tazio Strozzi da empresa suíça Gamma Remote Sensing e cientista do Glaciers_cci.

“Esta nova informação pode ser usada para refinar modelos numéricos de glaciares em movimento para ajudar a prever a evolução temporal da contribuição dos glaciares do Ártico para o aumento do nível do mar.

Sentinel-1 é uma missão de dois satélites para o programa de monitorização ambiental da Europa, Copernicus.

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