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Manobra de acoplagem do ATV-5
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O ATV conclui acoplagem automatizada

12/08/2014 326 views 1 likes
ESA / Space in Member States / Portugal

Numa demonstração de tecnologia e perícia, o quinto e último Veículo de Transferência Automatizado, o ATV Georges Lemaître, acoplou hoje à Estação Espacial Internacional, onde ficará agarrado firmemente durante seis meses, reabastecendo e reposicionado a Estação na sua órbita.  

A acoplagem totalmente automatizada aconteceu às 13:30 GMT (15:30 CEST), apenas alguns momentos depois de um braço estendido da nave ter feito contacto com o cone na ré do módulo russo Zvezda.

Depois do contacto, uma série de ganchos trancou e aferrolhou as duas estruturas, estabelecendo uma firme ligação mecânica entre o ATV e a Estação. Depois disso, foram criadas ligações de dados e elétricas, permitindo que o ATV vá buscar energia à Estação e que os computadores ‘falem diretamente’ com o ATV.

A sequência aconteceu ao fim de várias horas de manobras automatizadas, durante as quais o ATV se foi abastecendo através de uma série de pontos intermédios, começando 40 km antes e por baixo da Estação.  

ATV navigates itself

O ATV-5 em órbita antes da acoplagem
O ATV-5 em órbita antes da acoplagem

“Dos 39 km até a apenas 250 m da Estação, o ATV navegou autonomamente, através de sinais de satnav, nos quais a Estação e o ATV comparam posições através de GPS,” diz Jean-Michel Bois, que lidera a equipa de operações da ESA, no centro de controlo do ATV, em Toulouse, França. As operações da missão são dirigidas em parceria com a Agência Espacial Francesa, CNES. 

“Nos 250 metros finais, a navegação do ATV foi feita com um ‘videometer’ e um ‘telegoniometer’, que usa pulsos de laser para calcular a distância e orientação relativa à Estação.”

Todo o processo foi completado sem falhas, sendo monitorizado cuidadosamente pela equipa em terra e também pelo astronauta da ESA Alexander Gerst e pelo cosmonauta Sasha Skvortsov, a bordo da Estação. 

 “A nave de carga europeia Georges Lemaître  acoplou com sucesso à ISS e a tripulação envia os parabéns a toda a brilhante equipa de engenheiros em terra e no Centro de Controlo do ATV em Toulouse e em Moscovo e a todos aqueles que contribuíram ao longo dos últimos 20 anos para o desenvolvimento de uma das mais avançadas naves de reabastecimento que gira à volta do nosso planeta,” disse o astronauta da ESA Alexander Gerst, a bordo da Estação.

“Se por um lado é o último voo do ATV, o conhecimento e a tecnologia irão voar de novo no início de 2017. A nave espacial da NASA, Orion, com o Módulo de Serviço Europeu, estão a abrir caminho para a próxima geração na exploração espacial.”

A tripulação irá abrir a escotilha, entrando por alguns momentos, para instalar uma ventoinha que irá refrescar o ar no ATV, antes que este esteja pronto para ser usado. 

Uma das principais atribuições do ATV – usar os seus propulsores para reposicionar a Estação na sua órbita – será testada em apenas dois dias, com um teste marcado para 14 de agosto. 

O ATV funciona de forma magnífica

As equipas do ATV-CC durante o processo
As equipas do ATV-CC durante o processo

“A última operação de chegada do ATV europeu foi quase um anticlímax, já que a tecnologia de acoplagem da nave europeia decorreu sem falhas pela quinta e última vez,” disse Massimo Cislaghi, o responsável de missão do ATV-5. 

“Mais importante ainda, a tripulação no espaço e as equipas da ESA, CNES, indústria e equipas no solo trabalharam de forma magnífica, e é graças à sua dedicação ao longo da duração deste projeto que o ATV ganhou a reputação de ser a mais fiável das naves que já voaram.”

Com o nome do cientista belga que formulou a Teoria do Big Bang, o ATVGeorges Lemaîtredescolouàs 23:47 GMT de 29 Julho (01:47 CEST 30 Julho) num foguete Ariane 5 do Porto Espacial Europeu em Kourou, Guiana Francesa. 

O veículo transporta 6602 kg de carga, incluindo 2680 kg de carga seca e 3921 kg de água, combustível e gases. 

A carga inclui hardware científico complexo, como o Levitador Electromagnético para experiências que podem ajudar a melhorar os processos industriais de fundição. Esta instalação permitirá realizar processos de fundição de maior qualidade e medidas mais precisas que as que se podem obter em Terra, onde os resultados são afetados pela gravidade. 

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