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Mapeando o chão oceânico
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O CryoSat vai a banhos

30/05/2012 502 views 0 likes
ESA / Space in Member States / Portugal

O CryoSat foi lançado em 2010 para medir a espessura do gelo marítimo no Ártico, mas os dados do satélite do projeto Observação da Terra têm sido também explorados para outros estudos. O mapeamento de alta resolução da topografia do fundo dos oceanos foi agora incluido no repertório da missão gelo.

O objetivo principal do CryoSat é medir a espessura do gelo marítimo polar e monitorizar alterações nas camadas de gelo que cobrem a Gronelândia e a Antártica.

Mas o radar altimétrico do satélite não só é capaz de detetar pequenas variações na altura do gelo, como também consegue medir o nível do mar.

A topografia da superfície dos oceanos é semelhante aos altos e baixos do fundo oceânico devido à força gravitacional. Áreas de maior massa, como montanhas submarinas, têm uma forte atração, atraindo mais água e produzindo aumentos menores na altura das superfícies marítimas.

Portanto, os instrumentos que medem a altura da superfície do mar conseguem mapear o fundo do oceano em áreas previamente desconhecidas.

Melhorando a batimetria
Melhorando a batimetria

Recentemente, várias missões dedicadas a medidas de gravidade, como a missão GOCE da ESA, realizaram medidas extremamente precisas com resoluções espaciais de centenas de quilómetros.

But CryoSat’s radar altimeter can sense the gravity field at the Mas o radar altimétrico do CryoSat é capaz de detetar o campo gravitacional à superfície dos oceanos, revelando as características do fundo do mar em escalas de cinco a 10 quilómetros. Em 15 anos, este é o primeiro altímetro capaz de mapear o campo gravitacional global dos oceanos com tão boa resolução espacial.

Estudos recentes do Instituto de Oceanografia Scripps, em San Diego, EUA, revelaram que a precisão do CryoSat é de pelo menos 1,4 vezes melhor do que a do Geosat dos EUA ou do ERS-1 da ESA.

Os investigadores do Scripps estimam que, em pouco mais de três anos, o mapeamento dos oceanos combinado com a precisão do CryoSat resultará numa topografia do chão oceânico global - chamada batimetria – duas a quatro vezes mais precisa do que as medidas atualmente disponíveis.

“Sabemos mais sobre a superfície de Vénus e de Marte do que sobre a batimetria dos oceanos profundos”, disse David Sandwell do Instituto Scripps.

“Este novo mapeamento do CryoSat irá revolucionar o nosso conhecimento sobre a tectónica do chão oceânico e poderá provavelmente revelar cerca de 10 mil vulcões submarinos até agora desconhecidos.”

Muitos radares altimétricos de satélite, como o Jason-2 do projecto comum CNES/NASA /Eumetsat/NOAA, fazem o rastreamento do solo a cada 10 dias para monitorizar mudanças na topografia oceânica associadas a marés e correntes marinhas.

O ciclo de 369 dias do CryoSat proporciona um mapeamento denso da superfície oceânica global, com um espaçamento entre faixas acima dos quatro quilómetros. Utilizando médias de dados recolhidos durante três a quatro anos, pode-se reduzir o “ruído” resultante das correntes e marés e melhorar a representação topográfica da gravidade marinha.

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