Os satélites de observação da Terra auxiliam nos trabalhos de resgate do Paquistão
Destruindo praticamente um terço do país, estima-se que as inundações no Paquistão tenham afectado 20 milhões de pessoas. Parte das tarefas de ajuda humanitária inclui a utilização de satélites de observação da Terra para gerar mapas actualizados das zonas afectadas.
A inundações no Paquistão são sem dúvida as mais severas de que há memória. Deixaram centenas de mortos e milhões de pessoas desalojadas ou deslocadas, destruindo povoações inteiras. Teme-se agora que as doenças causadas pelas águas contaminadas possam causar ainda mais vítimas. As Nações Unidas alertaram para o facto de que 3.5 milhões de crianças correm agora o risco de contrair infecções.
Enquanto a Carta Internacional para o Espaço e as Grandes Catástrofes e a iniciativa para a Vigilância Mundial do Meio Ambiente e a Segurança (GMES) estão utilizando os dados de vários satélites de observação da Terra para gerar mapas actualizados que ajudarão as equipas de resgate, o astronauta da ESA Frank De Winne colabora com a UNICEF para proporcionar água potável aos sobreviventes da catástrofe.
Os mapas gerados através da Carta são de extrema importância, uma vez que utilizam as observações mais recentes dos satélites para indicar exactamente o alcance das inundações, o que permite às equipas de resgate identificar o melhor caminho para aceder às zonas isoladas. Esta aplicação é fundamental no caso do Paquistão dada a grande extensão da zona afectada.
Os mapas são produzidos com as imagens de radar obtidas por instrumentos como o Radar Avançado de Abertura Sintética (ASAR) a bordo do Envisat, que consegue captar dados através das nuvens e na escuridão, ou por instrumentos ópticos como o Espectrómetro MERIS de Média Resolução, também a bordo do Envisat, ou ainda pelo satélite francês Spot 5.
O projecto SAFER (Serviços e Aplicações de Resposta perante Emergências) da iniciativa GMES está gerando mapas rápidos baseados em observações periódicas dos satélites para analisar a evolução das zonas afectadas.
SAFER é consórcio de 55 organismos europeus, criado para proporcionar ajuda em qualquer tipo de desastre. Além do caso do Paquistão, o SAFER prestou auxílio durante as inundações no Burkina Faso, na África ocidental, na Bulgária ou na Moldávia.
Resgatar a população nas inundações é sem dúvida a principal preocupação, à qual se segue a tarefa de proporcionar à população deslocada água potável, alimentos e abrigo – um preocupação especial de Frank De Winne, que teve a oportunidade de observar a Terra a partir da Estação Espacial Internacional e pôde apreciar a fragilidade do nosso planeta.
Além de astronauta, Frank é um Embaixador da Boa Vontade da UNICEF Bélgica, e juntamente com a ESA, apoia a campanha ‘WaSH’ dedicada à água, à sanidade e à higiene, desde a sua missão OasISS a bordo da Estação Espacial Internacional.
«A água é um recurso muito escasso nesta região devastada e torna-se crucial para a sobrevivência e para o bem-estar de milhões de crianças. A disponibilidade de água potável também é um aspecto fundamental na vida a bordo da Estação Espacial Internacional», explica Frank. «A tecnologia desenvolvida para filtrar e reciclar a água nas missões espaciais pode trazer soluções para este problema. Como Embaixador da Boa Vontade, apoio esta causa e espero sinceramente que possamos ajudar as crianças do Paquistão». Se deseja contribuir para a ajuda humanitária da UNICEF Bélgica, visite www.unicef.be