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O Haiti depois do sismo
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Satélites ajudam a melhorar cuidados de saúde no Haiti

26/10/2012 558 views 0 likes
ESA / Space in Member States / Portugal

Os terramotos, tsunamis e furacões acarretam custos muitos elevados para as populações afetadas, em muitas partes do mundo. Algumas comunidades lutam há anos pela reconstrução sem terem acesso a necessidades básicas, como cuidados de saúde adequados. Agora, os satélites podem ajudar a tornar esta transição mais fácil.

A empresa social Local Insight Global Impact (LIGI), de Portugal, o Instituto de Medicina Espacial (MEDES), em França, apoiados pela ESA através do seu programa de aplicações integradas, desenvolveram um novo sistema que facilita o acesso a cuidados de saúde utilizando telefones e navegação via satélite.

Este sistema foi projetado para as regiões onde os profissionais de saúde são escassos e onde as comunicações são limitadas devido aos danos causado pelos desastres naturais, já que os cabos de telefone são muitas vezes derrubados, tornando as redes telefónicas inúteis.

Safe training in Haiti
Safe training in Haiti

O sistema tem sido utilizado com sucesso no Haiti, onde o sismo de 2010 deixou a sua marca devastadora.

Em muitas regiões do Haiti, as unidades de saúde são raras e distantes entre si. Mesmo quando alguém decide deslocar-se a um posto médico, é muito provável que não encontre ninguém para lhe prestar cuidados de saúde.

Este sistema ajuda a suprir a falta de cuidados de saúde locais, assegurando que qualquer pessoa em qualquer lugar pode ser ensinada a relatar com precisão os sintomas de um paciente.

Usando uma interface especial desenvolvida para satélites e smartphones, o sistema conduz o utilizador através de uma série de passos que lhe permitem enviar dados por mensagens SMS, via satélite ou através de um sistema terrestre, se disponível. A informação enviada por SMS é depois processada por sistemas de saúde locais e nacionais através de um portal de Internet.

A resposta sobre como atuar com o paciente pode ser assim obtida em poucos minutos. Por exemplo, se após o diagnóstico se perceber que o paciente precisa de cuidados médicos sérios, o pedido é transmitido imediatamente.

Uma vez que estes dados são enviados em tempo real, o sistema poderá também ajudar à detecção precoce de potenciais epidemias através da análise de tendências sintomáticas.

Os sinais Satnav são usados para etiquetar geograficamente (“geo-tag”) o registro dos sintomas, simplificando o mapeamento dos dados recolhidos.

Isto ajuda a localizar epidemias potenciais com base nos sintomas relatados. A localização geográfica (“geo-tagging”) também pode ajudar a colocar os pacientes em contato com o centro de saúde mais próximo.

Safe training in Haiti 2
Safe training in Haiti 2

O sistema foi já testado durante cinco meses em Carrefour, um bairro pobre de Port-au-Prince, onde 10 professores das áreas urbanas e rurais foram ensinados a usar esta interface.

Foram enviadas mais de 4.300 descrições de sintomas, o que permitiu aos profissionais de saúde diagnosticar e prescrever tratamentos quase imediatamente.

“Mostrámos que a interface é fácil de usar e que mesmo os não-profissionais de saúde podem ser treinados para usá-lo”, explica Susana Frazão Pinheiro, CEO da LIGI.

“Este sistema pode fazer com que a saúde básica se torne mais universal, usando de forma mais eficiente e eficaz recursos, informação e conhecimento."

A LIGI e o MEDES irão expandir o sistema no Haiti para incluir áreas mais remotas.

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