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A tecnologia espacial elimina os germes nocivos nos hospitais
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Tecnologia espacial captura microorganismos tóxicos

15/07/2004 726 views 0 likes
ESA / Space in Member States / Portugal

Tecnologia sofisticada desenvolvida para garantir ar limpo aos astronautas a bordo das estações espaciais está agora a ser utilizada nos hospitais para capturar e destruir fungos, bactérias, esporos e vírus transportados pelo ar. Permite igualmente eliminar os microorganismos causadores de pneumonia atípica, ébola, varíola e tuberculose, bem como antraz.

A maioria dos microorganismos que nos rodeiam e que são transportados pelo ar não representam um sério risco para pessoas saudáveis. Podem, no entanto, constituir uma séria ameaça para os doentes com uma resistência imunitária reduzida. A tecnologia espacial 'PlasmerTM' proporciona agora uma solução inovadora que garante ar limpo em vários hospitais europeus.

Unidade de cuidados intensivos
Unidade de cuidados intensivos

O Plasmer TM é um sistema de estágios múltiplos que utiliza campos eléctricos fortes e câmaras de plasma frio para eliminar microorganismos que se encontrem no ar. Utilizando esta tecnologia espacial, a empresa AirInSpace desenvolveu, com o apoio do Gabinete de Promoção e Transferência de Tecnologia (TTP) da ESA, uma unidade de protecção transportável que pode ser utilizada em hospitais e em cenários de emergência e que permite obter facilmente uma sala limpa.

"A tecnologia especial Plasmer permitiu-nos desenvolver uma solução inovadora que proporciona um ar limpo, destruindo mais de 99,9% dos microorganismos dando, assim, resposta às necessidades específicas dos doentes com imunodeficiência nos hospitais", afirma Laurent Fullana, Director Geral da AirInSpace.

'Tenda' de protecção
'Tenda' de protecção

"O nosso sistema 'ImmunairTM' utiliza cinco reactores Plasmer que proporcionam uma 'tenda' de ar limpo sem germes infecciosos à volta da cama do doente. Destina-se sobretudo aos departamentos hospitalares de imuno-hematologia, oncologia, reanimação e transplantes. Produzimos uma versão mais pequena, o 'Cool Plasmair', sem 'tenda', o qual pode ser utilizado numa grande variedade de áreas hospitalares onde as infecções cruzadas são uma preocupação".

O sistema já foi testado, desde o início de 2001, em cinco hospitais durante um período de 12 meses. De acordo com o Dr. Svetlana Challier, do Necker Hospital de Paris, "o Immunair permite reduzir significativamente o nível bacteriológico do ar".

A tecnologia espacial protege os doentes
A tecnologia espacial protege os doentes

Segundo um outro utilizador do sistema, o Professor François Demeocq, do CHU/Hôtel-Dieu de Clermont-Ferrand, "a protecção biológica com o sistema Immunair é extremamente satisfatória e permite dar uma boa resposta às necessidades das crianças com forte redução das defesas imunitárias no decurso de tratamentos de quimioterapia. Também poderia ser utilizado para garantir uma protecção após os transplantes".

Demeocq acrescenta: "Para as crianças e para os pais, este dispositivo é mais prático na sua vida quotidiana e permite todo um contacto emocional, fundamental para estas crianças que permanecem isoladas durante um longo período".

Estação espacial Mir
Estação espacial Mir

A tecnologia Plasmer TM de descontaminação biológica do ar nas naves espaciais habitadas foi inventada no início dos anos 90 por um grupo de cientistas russos. Em 1997, a estação espacial russa MIR estava equipada com reactores Plasmer e conseguiu proteger, de forma bem sucedida, os cosmonautas e o equipamento electrónico contra a contaminação por bactérias, vírus e fungos.

O cosmonauta Budarin junto do purificador de ar
O cosmonauta Budarin junto do purificador de ar

Em Abril de 2001, os reactores Plasmer foram instalados para eliminar os microorganismos do ar nos segmentos russos da Estação Espacial Internacional. Agora, a tecnologia espacial Plasmer desceu à Terra para proteger doentes com imunodeficiência nos hospitais.

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