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Alex Webb, de oito anos de idade, usa o fato de protecção UV da ESA
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A ESA ajuda as crianças a protegerem-se do sol

08/07/2003 3055 views 2 likes
ESA / Space in Member States / Portugal

Uma vida melhor está ao alcance das crianças que sofrem de uma doença genética rara, que coloca as suas vidas em risco quando expostas à luz solar. Mas um novo fato protector originário da tecnologia espacial da ESA, promete deixá-las brincar em segurança à luz do dia.

A doença genética Xeroderma Pigmentosum (XP) foi diagnosticada em cerca de 300 pessoas, na sua maioria crianças, em toda a Europa. Esta doença causa uma sensibilidade extrema aos raios ultravioleta (UV) do sol. Os doentes não podem sair durante o dia, excepto com uma protecção especial – não podem estar expostos a quaisquer UV porque, caso contrário, a pele e os olhos podem ser gravemente danificados, levando, eventualmente, ao cancro.

“A vida é muito difícil para o nosso filho Alex,” disse Sandra Webb, mãe de Alex, agora com oito anos de idade e a quem foi diagnosticada a doença XP aos quatro anos. “Ele não pode fazer nada lá fora sem primeiro vestir uma roupa especial.”

A mãe, Sandy Webb, veste o seu filho
A mãe, Sandy Webb, veste o seu filho

“Mas ninguém produz vestuário anti-UV para doentes de XP, não há mercado. No Reino Unido existem apenas cerca de 40 doentes de XP, dos quais 25 são crianças pequenas. Tivemos que encontrar as nossas próprias soluções, fabricando máscaras para protecção da cara e fazendo acordos especiais com empresas que produzem tecidos de protecção aos UV. O capacete que temos agora embacia-se, não permite ver nem ouvir muito bem e é muito quente. Estes são os aspectos que pedimos à ESA para serem tidos em consideração.”

Em Novembro de 2002, o Technology Transfer Programme (TTP) da ESA envolveu-se num esforço para ajudar estas crianças.

“Organizámos imediatamente um grupo de trabalho,” disse Pierre Brisson, chefe do TTP da ESA. “Este projecto inclui familiares e médicos dos doentes, a empresa francesa Bertin Technologies e a empresa italiana D’Appolonia. Empresas com experiência em encontrar soluções para problemas relacionados com a vida quotidiana na Terra utilizando tecnologias que a ESA desenvolveu para o espaço.”

O primeiro fato protótipo foi apresentado este ano no Salão Internacional de Aeronáutica e do Espaço Le Bourget. Este protótipo divide-se em duas partes: um chapéucapacete que protege a cabeça e a cara, e um fato que cobre o resto do corpo.

: A Ministra Francesa da Investigação e Novas Tecnologias, Claudie Haigneré
: A Ministra Francesa da Investigação e Novas Tecnologias, Claudie Haigneré

O Professor Henri Bensahel, Presidente da Federação Internacional da Sociedade Ortopédica Pediátrica, e médico responsável pelo projecto, afirmou: “Este fato UV permitirá que os doentes de XP saiam à rua em segurança e tenham uma vida mais normal.”

A Bertin Technologies, em França, desenvolveu o capacete, que é constituído por um visor em policarbonato, uma película em PVC, tecido e uma fita em plástico ajustável à cabeça. O capacete também foi concebido para ter um aspecto “cool” para as crianças.

O capacete está a ser exaustivamente testado para se confirmar as suas qualidades protectoras. Uma empresa francesa, que é fabricante de protectores solares cosméticos e que possui um dos melhores laboratórios de testes de UV da Europa, está implicada na verificação em conjunto com o Centro de Investigação e Tecnologia Espacial da ESA, com sede na Holanda.

A D’Appolonia é responsável pelo vestuário de protecção de UV, desenhado por Mauro Taliani da Hugo Boss e pela Corpo Nove Fame, e produzido pela Grado Zero Espace. Os tecidos do vestuário têm um revestimento especial, igual ao que é utilizado nas naves espaciais, a fim de fornecerem uma barreira de 100% aos UV. Também foi concebido um sistema de arrefecimento especial para o tempo quente, que fica escondido por baixo do vestuário normal.

Alex está prestes a testar o fato protótipo de protecção UV
Alex está prestes a testar o fato protótipo de protecção UV

Os primeiros resultados são dois fatos protótipo que vão ser usados por duas crianças, uma em França e Alex Webb, no Reino Unido, que - assim que o experimentou, afirmou gostar do fato e que pode ver muito melhor. O objectivo é ter uma produção pronta do fato em 2004, com a esperança de se conseguirem financiamentos de modo a tornar possível fornecer um fato a cada criança com XP na Europa.

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