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Comet from 8 km
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Conhecer o cometa da Rosetta

28/01/2015 500 views 4 likes
ESA / Space in Member States / Portugal

A Rosetta está a revelar um cometa hospedeiro com uma incrível variedade à superfície e com vários processos a controbuir para a sua atividade, traçando uma complexa imagem da sua evolução. 

Numa edição especial da revista Science, são apresentados os resultados iniciais de sete dos 11 instrumentos científicos da Rosetta, baseados em medições feitas durante a aproximação e logo a seguir à chegada ao cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko, em agosto de 2014. 

Comet regional maps
Comet regional maps

Há já várias medições do cometa, em duplo lóbulo: o lóbulo pequeno mede 2,6x2,3x1,8km e o lóbulo grande 4,1x3,3x1,8km. O volume total do cometa é de 21,4km3 e a massa, medida pelo Instrumento Radio Science, é de 10 mil milhões de toneladas, atingindo uma densidade de 470 kg/m3.   

Assumindo que a composição da cometa é dominada por água gelada e poeira com uma densidade de 1500-2000 kg/m3, os cientistas da Rosetta mostram assim que o cometa tem uma grande porosidade, de 70-80%, com a estrutura interior a incluir amontoados de gelo com ligações fracas e pequenos espaços vazios entre eles. 

Ripples and wind-tails
Ripples and wind-tails

A camera científica OSIRIS captou cerca de 70% da superfície, até à data: as áreas que ainda não foram vistas estão no hemisfério sul que ainda não esteve completamente iluminado desde a chegada da Rosetta.

Os cientistas identificaram até agora 19 regiões separadas por fronteitas distintas e, de acordo com a história do antigo Egito, que lhe dá o nome, estas regiões recebem o nome de divindades egípcias, e estão agrupados de acordo com o tipo de terreno dominante.

Foram determinadas cinco elementares – mas diversas – categorias de terreno: coberto de pó; material quebradiço com covas e estruturas circulares; depressões em grande escala; terrenos suaves; e superfícies expostas e mais consolidadas (semelhantes a rochas).

Active pit
Active pit

Boa parte do hemisfério norte está coberta de pó. À medida que o cometa vai aquecendo, o gelo transforma-se em gás que se liberta, formando a atmosfera ou coma. A poeira é arrastada juntamente com o gás a velocidades mais reduzidas, e as partículas que não viajam com velocidade suficiente para ultrapassar a fraca gravidade caem na superfície.  

Também foram identificadas algumas fontes de discretos jatos de atividade. Enquanto uma proporção significativa de atividade emana da suave região do pescoço, os jatos também foram detetados a sair de covas.    

Os gases que escapam da superfície também parecem desempenhar um papel importante no transporte de poeira pela superfície, produzindo estruturas semelhantes a dunas, e pedregulhos com ‘caudas de vento’ – os pedregulhos atuam como obstáculo naural à direção de escoamento do gás, criando raios de material, na direção do vento.  

Como criar uma atmosfera

Icy alcove
Icy alcove

A maior aproximação ao Sol ocorre a 13 de Agosto, a uma distância de 186 milhões de quilómetros, entre as órbitas da Terra e de Marte. À medida que o cometa se vai aproximando do Sol, uma das prioridades dos instrumentos da Rosetta é monitorizar o desenvolvimento da atividade do cometa, em termos da quantidade e composição de gás e poeira emitidos pelo núcleo para formar a coma.

Imagens de câmaras científica e de navegação mostraram um aumento na quantidade de poeira que se escapou do cometa ao longo dos últimos seis meses, e o instrumento MIRO mostrou um aumento generalizado na taxa global de produção de vapor de água do cometa, de 0,3 litros por segundo no início de junho de 2014 para 1,2 litros por segundo no final de agosto. A MIRO também descobriu que uma porção substancial de água foi vista durante esta fase, tendo origem no pescoço do cometa.  

A crack in the comet
A crack in the comet

A água é acompanhada por outros tipos de gases, incluindo monóxido e dióxido de carbono. E espectómetro ROSINA está a descobrir grandes flutuações na composição da coma, o que representa variações diárias e talvez até sazonais, nos principais gases. A água é tipicamente o dominante, mas nem sempre. 

Notas para os editors

Comet goosebumps
Comet goosebumps

Estes estão entre os primeiros resultados científicos da Rosetta e há muito mais para vir enqunato os cientistas trabalham os dados e o cometa continua a evoluir enquanto se aproxima do Sol. Estes dados surgem no Rosetta blog e na edição especial de 23 de janeiro de 2015 da revista 2015 Science

“Dust Measurements in the Coma of Comet 67P/Churyumov- Gerasimenko Inbound to the Sun Between 3.7 and 3.4 AU” by A. Rotundi et al. (GIADA)

How a comet grows a magnetosphere
How a comet grows a magnetosphere

“Subsurface properties and early activity of comet 67P/Churyumov-Gerasimenko” by S. Gulkis et al. (MIRO)

“The morphological diversity of comet 67P/Churyumov-Gerasimenko” by N. Thomas et al. (OSIRIS)

“On the nucleus structure and activity of comet 67P/Churyumov-Gerasimenko” by H. Sierks et al. (OSIRIS)

Comet vital statistics
Comet vital statistics

“Time variability and heterogeneity in the coma of 67P/Churyumov-Gerasimenko,” by M. Hässig et al. (ROSINA)

“Birth of a comet magnetosphere: a spring of water ions,” by H. Nilsson et al. (RPC-ICA)

“The organic-rich surface of comet 67P/Churyumov-Gerasimenko as seen by VIRTIS/Rosetta” by F. Capaccioni et al. (VIRTIS)

 "67P/Churyumov-Gerasimenko, a Jupiter family comet with a high D/H ratio" by K. Atwegg et al. (ROSINA)

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