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Liftoff of Vega VV06 carrying LISA Pathfinder
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LISA Pathfinder a caminho da demonstração das ondas gravitacionais

03/12/2015 703 views 2 likes
ESA / Space in Member States / Portugal

 A missão LISA Pathfinder da ESA descolou hoje cedo num foguete Vega, do Porto Espacial Europeu em Kourou, Guiana Francesa, a caminho da demonstração de tecnologia para a observação de ondas gravitacionais a partir do espaço.  

As ondas gravitacionais são ondulações no tecido do espaço-tempo, previstas há um século exatamente, por Albert Einstein, na sua Teoria Geral da Relatividade, publicada a 2 de dezembro de 1915.

 De acordo com a teoria de Einstein, estas flutuações serão universais, geradas por objetos maciços acelerados. No entanto, estas ondas ainda não foram detetadas diretamente até à data porque são muito pequenas. Por exemplo, as ondas emitidas por um par de buracos negros esticaria uma régua de um milhão de quilómetros em menos do que o tamanho de um átomo. 

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Inside LISA Pathfinder, with narration
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A LISA Pathfinder irá testar  a extraordinária tecnologia necessária à observação de ondas gravitacionais do espaço. No seu centro está um par de cubos de platina-ouro, idênticos, com 46mm separados por 38 cm,  que serão isolados de todas as forças, externas e internas, a atuar sobre eles, excepto uma: a gravidade.

Durante a missão, estes dois cubos irão fazer a queda-livre mais pura alguma vez produzida no espaço e as suas posições relativas serão monitorizadas com uma precisão impressionante, estabelecendo as bases para a observaçao de ondas gravitacionais no espaço. 

Estas missões futuras serão parceiros essenciais da investigação feita em terra, em busca destes esquivos mensageiros cósmicos. As experiências no espaço e em terra são sensíveis a diferentes fontes de ondas gravitacionais, abrindo ambas novas possibilidades de estudo de alguns dos mais poderosos fenómenos no Universo. 

LISA Pathfinder in low-Earth orbit (C)
LISA Pathfinder in low-Earth orbit (C)

O lançador Vega descolou às 04:04 GMT (05:04 CET). Cerca de sete minutos depois, após a separação dos primeiros três andares, a primeira ignição do andar superior do Vega elevou a nave LISA Pathfinder até uma órbita baixa, seguindo-se outra ignição cerca de uma hora e quarenta minutos depois  do início do voo.

A nave separou-se do andar superior às  05:49 GMT (06:49 CET).  Os controladores no centro de operações da ESA em Darmstadt, Alemanha, estebeleceram então o controlo.

Ao longo das próximas duas semanas, a nave irá elevar-se através de seis queimas críticas.

A última das quais irá levar a nave até á sua posição operacional, em órbita de um ponto virual estável no espaço, chamado L1, a cerca de 1,5 milhões de quilómetros da Terra, em direção ao sol. 

LISA Pathfinder exploded view
LISA Pathfinder exploded view

Espera-se que a LISA Pathfinder atinja a sua órbita operacional cerca de 10 semanas após o lançamento, em meados de fevereiro. Depois das verificações finais, irá começar a sua missão científica com a duração de seis meses, a 1 de março.

Na rota em direçao à órbita final, os dois cubos serão libertados do mecanismo que os prende durante o lançamento e viagem. Uma vez em órbita à volta de L1, o mecanismo final será destravado e os cubos deixarão de estar em contacto mecânico com a nave. 

Um complexo sistema de lasers a baloiçar entre os dois cubos irá avaliar quão perto estão da verdadeira queda-livre, até aos mil milhões de milímetro.

“A investigação fundamental tenta entender o nosso mundo. As teorias de Einstein continuam a ser impressionantes, com a LISA Pathfinder tentaremos avançar na compreensão de uma das suas descobertas: as ondas gravitacionais,” diz Johann-Dietrich Woerner, Diretor Geral da ESA.

Uma equipa industrial liderada pelo contratante principal, a Airbus Defence & Space Ltd, construiu a nave. A Airbus Defence & Space GmbH forneceu a carga técnica, LISA Technology Package, e um consórcio de companhias europeias e institutos de investigação forneceu os seus subsistemas, a NASA também participou software e hardware adicional, que contribuem para a missão ao validar uma abordagem tecnológica alternativa, evitando que a nave e as massas de teste entrem em contacto. 

A própria nave será uma parte ativa da experiência, disparando minúsculos motores cerca de 10 vezes por segundo, para ajustar a sua posição e evitar entrar em contacto com os cubos, protegendo-os assim de qualquer força que pudesse evitar que estes se movessem sob exclusiva ação da gravidade. 

  

LISA Pathfinder’s journey through space – annotated
LISA Pathfinder’s journey through space – annotated

 Se estas medições e operações de altíssima precisão puderem ser realizadas com sucesso pela LISA Pathfinder, abrir-se-á uma porta à construção de um futuro observatório espacial, capaz de detetar as minúsculas perturbações no espaço-tempo produzidas pelas ondas gravitacionais, que se espera sejam da ordem das dezenas de milionésima do milímetro, em distâncias de milhões de quilómetros.

 “As ondas gravitacionais são a próxima fronteira para os astrónomos. Temos observado todo o Universo nem luz visível durante o último milénio e em todo o espectro electromagnético apenas no último século,” diz Alvaro Giménez Cañete, Diretor de Ciência e Exploração Robótica da ESA.

"Mas ao testar as previsões feitas por Einstein há cem anos, com a LISA Pathfinder, estamos a abrir caminho em direção a uma nova janela para o Universo.”

 A LISA Pathfinder irá funcionar como um laboratório de física no espaço. Ao longo de um intenso período de seis meses, os cientistas de missão irão analisar, dia a dia, os dados recebidos em Terra, planeando as experiências dos dias seguintes.  

LISA Pathfinder launch composite at IABG’s space test centre
LISA Pathfinder launch composite at IABG’s space test centre

“Depois de muitos anos de desenvolvimento e teste em terra, estamos ansiosos pelo teste derradeiro, que só pode ser feito no espaço,” diz Paul McNamara, cientista de projeto da ESA para a LISA Pathfinder.

“Em apenas algumas semanas, estaremos a explorar a própria natureza da gravidade no espaço, o que nos permitirá ganhar confiança para construir um observatório espacial de grande escala para estudar o Universo gravitacional no futuro.”

“A missão LISA Pathfinder trouxe muitos desafios, e estamos muito contentes por ver a nossa incrível máquina no espaço, pronta a começar a sua viagem rumo a L1, onde irá abrir caminho a uma nova classe de projetos espaciais,” conclui César García Marirrodriga, gestor de projeto da ESA para a LISA Pathfinder. 

Sobre o lançador

O lançamento da LISA Pathfinder foi o último de cinco, com o objetivo de demonstrar a capacidade e flexibilidade do sistema, como parte do programa Verta, da ESA, – Vega Research and Technology Accompaniment.

Durante o período Verta, o Veja confirmou a sua versatilidade colocando diferentes cargas em órbita, demonstrando a amplitude possível de missões.

A ESA foi responsável por todas as missões Verta, que refinaram e melhoraram a configuração do sistema de lançamento e de operações.

Os lançamentos Vega em 2015 (IXV, Sentinel-2A e LISA Pathfinder) demonstraram a capacidade do sistema em completar três missões por ano, fornecendo confiança aos clientes e ajudando a Arianespace a manter a liderança neste segmento de mercado.

O programa de lançadores Vega está agora totalmente validado e pronto para a sua exploração comercial pela  Arianespace. 

 

Para mais informações:

ESA Media Relations Office
Tel: +33 1 53 69 72 99
Email: media@esa.int

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