Mars500: tripulação europeia escolhida e preparada para partir
O voo simulado a Marte está quase pronto para partir! A selecção da tripulação ainda está a decorrer, mas já foram escolhidos os elementos europeus: Romain Charles e Diego Urbina.
Dois europeus, três russos e um chinês irão fechar a escotilha dos módulos de isolamento da Mars500 no início de Junho, iniciando assim a missão recordista.
A tripulação complete sera anunciada no final de Maio, mas os membros europeus já foram escolhidos de forma a que possam visitar a família e os amigos antes de enfrentarem a «missão espacial» que de certo modo é ainda mais desafiante do que um lançamento real.
Diego Urbina, de 26 anos, tem nacionalidade italo-colombiana e uma vasta experiência em matéria de espaço. Romais Charles, 31 anos, de França, é director de qualidade na Sotira, uma empresa de produção de materiais compósitos.
«Estou muito entusiasmado e feliz com esta possibilidade», diz Diego Urbina, com um grande sorriso. «Mas é claro que tenho sentimentos controversos e estou ligeiramente preocupado acerca do inesperado, principalmente em termos psicológicos, que possa vir a acontecer durante o isolamento. Não verdade são estas as questões que nos interessam!»
Durante a missão, Diego irá manter-nos informado através da Internet: «Espero ter muito feedback!»
«Tenho orgulho nestes jovens, que não só têm a coragem de participar nesta experiência histórica, mas que também estão disponíveis para oferecer o seu tempo em prol dos voos espaciais e das gerações futuras» disse Simonetta Di Pippo, directora de voos tripulados da ESA.
«Marte mantém-se como um objective para o programa de exploração humana e a experiência Mars500 irá fornecer informação extremamente interessante acerca da vertente humana das missões tripuladas do futuro, ao planeta nosso vizinho.»
Uma experiência no limite
A Mars500 é uma simulação de uma missão da Marte, com a duração de 520 dias. O modulo selado inclui uma nave especial interplanetária, um veículo de aterragem em Marte e uma paisagem marciana. Instalado na Rússia, no Instituto para os Assuntos Biomédicos (IBMP), em Moscovo, os módulos oferecem 550 m³ de espaço de habitabilidade.
Na câmara estará a comida necessária durante toda a missão e a tripulação terá de gerir o seu consumo. A comunicação sera apenas via e-mail e a ligação será interrompida ocasionalmente. Também estará afectada por um atraso máximo de 40 minutos, tal como numa verdadeira missão a Marte. Serão monitorizados e os seus parâmetros psicológicos e fisiológicos serão gravados ao longo da missão.
A experiência, tão longa como uma verdadeira viagem a Marte, irá servir para testar tecnologias de voos extremamente longos, mas é também um teste único à resistência humana.
Simulação perfeita
A tripulação irá viver e trabalhar tal como os astronautas na Estação Espacial Internacional e a sua vida irá parecer-se com a dos elementos da Estação: manutenção, experiências científicas e exercício diário. Terão uma semana de sete dias, com dois de descanso, excepto quando estiverem a ser simuladas situações de emergência.
Durante as ‘operações à superfície’, após 250 dias, a tripulação será dividida, com três a deslocarem-se à ‘superfície’ marciana, enquanto os outros permanecem na ‘nave’ durante um mês. A tripulação que aterra irá aventurar-se na superfície usando fatos espaciais Russian Orlan modificados.