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Animação da aproximação máxima da Rosetta ao asteróide Steins
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Steins, um diamante no céu, fotografado pela nave Rosetta

10/09/2008 652 views 0 likes
ESA / Space in Member States / Portugal

Na manhã de Sábado, 6 de Setembro, obtiveram-se as primeiras imagens feitas por dois dos instrumentos a bordo da nave Rosetta, o sistema de imagens OSIRIS e o espectómetro de infra-vermelhos VIRTIS. São imagens conseguidas a partir de dados em bruto, mas que apresentam resultados espectaculares.

«Steins parece uma diamante no espaço», disse Uwe Keller, Investigador Principal do sistema de imagens OSIRIS do centro Max Plank Institut Fuer Sonnensystemforschung, em Lindau.

Na imagem do asteróide podem ver-se várias crateras pequenas e duas enormes, uma das quais com dois quilómetros de diâmetro, o que indica que Steins deve ser muito antigo.

As imagens têm entre 50 e 60 pixeis de diâmetro, o suficiente para determinar a forma do asteróide assim como outras características relacionadas com o seu corpo.

Steins em 3-D
Steins em 3-D

Rita Schulz, cientista chefe da ESA para a missão Rosetta, explicou que «a cadeia de crateras visíveis na imagem se deve ter formado por impactos sucessivos à medida que o asteróide rodava. O impacto pode ter sido causado por uma chuva de meteoritos, ou fragmentos de um pequeno corpo destroçado.»

A cadeia é composta por sete crateras. Para determinar a idade do asteróide, já foi iniciada a contagem das crateras de Steins (quanto mais crateras, mais velho.) Até agora foram identificadas 23 crateras.

Estas imagens ajudarão os cientistas a entender porque razão Steins é mais brilhante do que seria de esperar e quão finos são os grãos de regolitos à superfície, um parâmetro que também dá informação sobre como se formou o asteróide.

Steins em 3-D
Steins em 3-D

Para Gerhard Schwehm, chefe de missão da Rosetta, «Steins parece um asteróide típico, mas é fascinante o quanto podemos perceber só com estas imagens. Esta é a nossa primeira conquista científica e ainda temos muito pela frente. Já estou antecipando o encontro com o nosso próximo diamante no espaço, Lutecia, muito maior.»

A câmara WAC (Wide Angle Camera) do sistema de imagens do OSIRIS funcionou perfeitamente durante a passagem pelo asteróide.

A equipa do OSIRIS espera que as imagens da câmara NAC (Narrow Angle Camera) sejam de resolução equiparável. O que acrescentará mais detalhes sobre a cor e como tal ao conhecimento da composição à superfície.

Asteróide Steins: um diamante no espaço
Asteróide Steins: um diamante no espaço

Os membros da equipa científica notaram que a câmara NAC parece ter entrado em modo de segurança poucos minutos antes da aproximação máxima, mas que se acendeu de novo umas horas depois. O software está programado para passar a modo de segurança, protegendo assim a integridade da câmara, quando se ultrapassam determinados parâmetros. A equipa concentrar-se-á em investigar as razões para esta anomalia, depois de analisados os dados.

Terminada a análise aos dados da missão Rosetta, Steins será uma dos asteróides mais bem caracterizados.

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